A mágica que acontece quando nos permitimos ficar entediados
Nós vivemos em uma era de escapismo.
Nós usamos a comida, as compras, as drogas, o álcool, telas, telefones, trabalho, e o ‘estar ocupado’.
E em nossa corrida maluca, estamos esquecendo como diminuir o ritmo – como dormir, como respirar, como comer, como nos nutrir, como escutar, e como nos conectar.
É um paradoxo. A conexão nas pontas dos nossos dedos. Nós não temos mais o desafio de procurar pela informação que desejamos. Está tudo disponível para nós, o tempo todo. Nós não temos mais que encontrá-la ou nos ocuparmos e engajarmo-nos com os outros, e abraçar e aceitar suas diferenças e peculiaridades, enquanto eles devagar e cuidadosamente compartilham sua preciosa sabedoria. Hoje em dia, rapidamente escaneamos suas palavras – se nossa atenção nos permite, e, se não, a gente passa adiante. Em frente. Para a próxima ideia fugaz ou coisa que devemos fazer, ter, ser.
O tédio nem é mais alguma coisa. O tédio agora se equivale a alcançar algo, qualquer coisa – e temos tantas opções nas pontas dos nossos dedos… É fácil ver as coisas que ganhamos com estas mudanças em nosso comportamento e ter tanta coisa disponível para nós. Os ganhos nos são propagandeados: conveniência, conexão, acessibilidade, status.
Mas o que estamos perdendo?
Os benefícios de aprender a navegar o que percebemos ser desconfortável dentro de nós são ótimos. Seja ao ter aquela conversa difícil, ao processar emoções novas e desafiadoras de formas construtivas, ao desenvolver limites saudáveis e comunicando-os, ao identificar e comunicar como nos sentimos, ou seja, simplesmente, ao estar em nossa própria companhia. Estas coisas nos habilitam a navegar nossas vidas de formas significativas. Elas nos permitem crescer e desenvolver e alcançar novos níveis dentro de nós mesmos. Elas nos dão contexto.
O perigo é que os espaços e janelas que temos em nossas vidas para aprender essa habilidades estão ficando cada vez menores. Em nossa corrida maluca, nós não temos mais o luxo do tempo de simplesmente ser. E no simples ser, conseguimos integrar como nos sentimos, como nos administramos, como vivenciamos nós mesmos e o mundo que nos cerca. Nós abrimos espaço para a criatividade e ideias.
Os resultados do tédio não estão mais sendo percebidos. Os motoristas das nossas faíscas criativas mudaram.
O tédio não é o inimigo. É um portão para nós mesmos – nossas ideias criativas, nossos pensamentos, nossas emoções, nossos sonhos, e nossos planos.
Cuidado para não abrir mão do seu tédio muito facilmente em troca de consertos rápidos e distrações fáceis.
A beleza do tédio é sua, se você escolher.
Author: Amy Taylor (traduzido por mim, Tati)

The Magic that Happens when we Allow Ourselves to be Bored
We live in an age of escapism.
We use food, shopping, drugs, alcohol, screens, phones, work, and busyness.
And in our mad rush, we are forgetting how to slow down—how to sleep, how to breathe, how to eat, how to nourish ourselves, how to listen, and how to connect.
It’s a paradox. Connection is at our fingertips. We no longer have the challenge of seeking out the information we crave. It’s all available to us, all of the time. We no longer have to find it or engage with others and embrace and accept their quirks and differences, as they slowly and carefully impart their precious wisdom. Now, we quickly scan their words—if our attention allows us to, and, if not, we scroll on. Onward. On to the next fleeting idea or thing we must do, have, be.
Boredom is barely a thing anymore. Boredom now equates to reaching for something, anything—and we have so many options at our fingertips. It’s easy to see the things that we gain from these shifts in our behaviour and having so much available to us. The gains are marketed to us: convenience, connection, accessibility, status.
But what are we losing?
The benefits of learning to navigate what we perceive to be uncomfortable within ourselves are great. Whether it is having that difficult conversation, processing new or challenging emotions in constructive ways, developing healthy boundaries and outlets, identifying and communicating how we feel, or simply just being in our own company. These things enable us to navigate our lives in meaningful ways. They allow us to grow and develop and achieve new levels within ourselves. They give us context.
The danger is that the spaces and windows in our lives for us to learn these skills are becoming smaller. In our mad rush, we no longer have the luxury of time to just be. And in just being we get to integrate how we feel, how we manage ourselves, how we experience ourselves and the world around us. We open up spaces for creativity and ideas.
The outcomes of boredom are no longer being realised. The drivers of our creative sparks have changed.
Boredom isn’t the enemy. It’s a gateway to ourselves—our creative ideas, our thoughts, our emotions, our dreams, and our plans.
Be careful not to give your boredom away too easily, to quick fixes and easy distractions.
The beauty of boredom is yours for the taking, if you choose.
Author: Amy Taylor