O que podemos estar sentindo falta quando o Yoga simplesmente não parece ‘certo’
Uma experiência com Yoga com a qual todos podemos aprender:
Eu vinha frequentando aulas de yoga há uns 5 anos, parando e voltando. Toda vez que fazia, no entanto, eu sentia que estava faltando algo.
Eu tinha meu pacote: meu tapetinho caro mas lindo, e até meu próprio zafu (almofadinha de yoga). Mas ainda assim, eu não estava tendo o que esperava da minha prática. Eu também não sabia exatamente o que eu estava esperando – eu só queria sentir o que os ‘yogis cheios de graças’ da aula anterior pareciam sentir. Eu achava que estava fazendo algo errado.
Soa familiar?
Anos fazendo isso, e aqui está o que aprendi:
As aulas de yoga que experimentamos mas nas quais nos sentimos indecisos, podem simplesmente não ser as aulas certas para nós. Simples assim. E provavelmente, não estamos fazendo nada de errado.
Por exemplo, as aulas que eu frequentava acabaram não sendo de um yoga tão 'intuitivo' ou focado na mente como eu desejava, em vez disso, eram aulas focadas estritamente em ásanas (posturas de yoga) – planejadas para flexibilidade e fitness mais do que qualquer outra coisa.
Devido à Mídia social, Google, e infinitos videos no Youtube, o yoga é algumas vezes visto somente em parte, e não pelo que pode ser. Eu pensei, ‘Yoga é yoga!’. É se tornar flexível no tapetinho, escutando melodias suaves e dizer ‘Namastê’ no final.
Mas esse é somente um tipo de yoga além das centenas que existem hoje.
Depois de falar com o super amável instrutor sobre como me senti, eu percebi que a descrição da aula dizia claramente que as sessões eram focadas em ásanas e fluxo, em oposição ao trabalho respiratório, mindfulness ou meditação.
O que estava tudo bem – ásanas também têm sua importância, e muitos se esforçam em práticas voltadas aos ásanas.
Mas uma vez que percebi que eu estava querendo o aspecto meditativo de uma aula de yoga, eu também descobri que era relativamente difícil de achá-lo em uma hora de aula de ritmo rápido torcendo meu corpo em algumas posições um tanto desconfortáveis.
É neste ponto que ler as descrições das aulas é útil. A descrição da aula fixada no mural estava lá, mas às vezes esquecemos estas coisas, como eu fiz – ou o título de yoga usado para descrever qualquer prática que envolva roupas justas, tapetes e cachorros olhando para baixo.
Pode demorar um pouco para encontrarmos a prática de Yoga que funciona para nós.
Mal entendidos yôquicos:
Pode ser que concordemos que um conceito inadequado comum de yoga é que tudo é sobre movimentos. No entanto, posturas físicas não são tudo o que faz o Yoga ser o que é. Os movimentos com os quais comumente associamos o Yoga são chamados ásanas. Ásana é uma das muitas ferramentas que auxiliam o yoga. Muitas aulas de yoga são focadas em ásanas e pulam o aspecto de ‘testemunhar os pensamentos’, como as aulas para as quais eu ia.
Então o que é Yoga exatamente?
Há realmente uma configuração, uma definição universal de yoga?
Pode ser o que queremos que seja. Há infinitos tipos de yoga.
O que eu estava procurando, era basicamente o yoga clássico em sua raiz – auto-realização.
A consciência dos pensamentos, e o foco na quietude interna. Isso, nossas mentes e nossos maravilhosos pensamentos…
A maioria de nós é bem apegado aos pensamentos, certo? Nós pensamos que somos nossos pensamentos. Quando temos um pensamento depressivo, dizemos que estamos deprimidos. Quando temos um pensamento feliz, nós estamos felizes.
Os pensamentos nos puxam para cima, para baixo e para os lados, frequentemente sem a nossa permissão. Eles podem ser desgastantes para dizer o mínimo. No Yoga clássico, nós praticamos o domínio desses pensamentos, e é onde começamos a perceber que nós estamos no controle.
Praticar ásana em nossa prática de yoga:
Uma das muitas coisas que podemos fazer para mudar desse sentimento de apego aos nossos pensamentos para o testemunho deles, é incorporar movimentos de ásana em nossa prática – eles não precisam ser extravagantes ou em ritmo rápido.
Há muitas outras coisas que podemos fazer para nos ajudar a testemunhar nossa conversa mental em vez de nos sentirmos apegados a ela.
Há os oito ferramentas/membros tradicionais, coisas que podemos fazer, do yoga, se encontram nos ‘Yoga Sutras de Patanjali’ – uma das mais antigas e honradas fontes/obras para a prática de yoga.
Talvez nosso desejo de praticar yoga não seja o de fazer ásanas super difíceis e flexíveis – mas em vez disso, seja um desejo de praticar a consciência que vem com o yoga clássico. Ou talvez, seja o contrário. Talvez, queiramos uma mistura dos dois, ou outra coisa, tudo junto. As descrições das aulas existem de fato para serem lidas – oops.

Que yoga funciona para mim agora?
O que eu realmente quero compartilhar com você é que nossa prática de yoga (incluindo os ásanas) não tem que ser rígida como pensamos que deve ser. Com certeza, há benefícios na disciplina (muitos benefícios- na verdade, que estão entrelaçados nos oito membros do yoga) mas se isso não é o que queremos e viemos ao tapetinho por um pouco de diversão sem regras, aqui está o que eu faço para transformar-me em um daqueles ‘yogis cheios de graça’ que via após as aulas, quando quero.
Eu pratico o meu yoga em casa.
Eu chamo o meu tipo de yoga: estilo ‘respire e faça o que for bom’. Talvez isto já exista, mas esta é a minha versão.
Yoga ‘Respire e faça o que for bom’:
Começamos com o bumbum no chão. Qualquer posição que seja confortável, de verdade. Então, levamos o foco mental para a respiração. Você já ouviu isto, né?
É mais fácil quando escutamos o nosso corpo.
Onde estamos nos sentindo tensos ou doloridos?
Onde estão nossos pensamentos?
Nós podemos pensar que não sabemos que asana, postura, ou alongamento será bom, e nossos pensamentos poderiam estar focados no almoço que vamos comer, ou em como trabalhamos ontem. Não se preocupe, isto é completamente normal.
Nós podemos permitir que todos os nossos pensamentos e sentimentos surjam; escute-os, observe-os, e então gentilmente traga sua consciência de volta para a respiração. Continuar isso durante nossa prática vai eventualmente nos levar a algo como uma segunda natureza – o entrar e o sair do yoga. Surgimento, observação, reconhecimento e o deixar ir.
Se isso nos assusta (porque eu entendo, respirar é super difícil às vezes), podemos achar um ponto a nossa frente, e encará-lo. Foque este ponto e não tire seus olhos dele. Este ponto é chamado de drishti. Quanto a não saber ‘como mover nosso corpo para fazê-lo sentir-se bem’, vá com o fluxo. Isso mesmo, de verdade. Vamos tentar não pensar tanto nisso. Deixe os movimentos virem até nós, porque ele virão.
Em nossa prática solo, não há ninguém para julgar nossos movimentos estranhos além de nós mesmos. Lembre-se que enquanto a postura pode ser uma ferramenta útil em qualquer prática de yoga, ela não precisa ser difícil, pensada ou perfeita.
Tente isto:
Em minha prática em casa, eu gosto de ficar 'nua'. Nós podemos levar isso literalmente, e tirar nossas roupas – entrando na última moda do yoga nú. (Se parece correto, entrar na onda não é de jeito nenhum algo ruim). Ou levar isso no sentido de que tiramos todas as expectativas – dos nossos semelhantes, da sociedade, e, de nós mesmos.
Posturas difíceis podem ajudar a trazer nosso foco mental para algo que não é uma preocupação, mas se não estamos com vontade de fazer movimentos maneiros, não fazemos. Estamos praticando em casa por uma razão, certo? Não há julgamento aqui em casa – pelo menos, não deveria ter. Nós não precisamos estar em sincronia, ninguém está olhando.
Resumindo, a experiência de yoga que pensei estar sentindo falta por anos era essencialmente o yoga clássico. Eu busquei um yoga focado em meditação, um em que eu pudesse tirar-me das expectativas, e da necessidade de fazer o que os outros na aula estavam fazendo.
O meu tipo de yoga é a auto-prática, yoga em casa. Yoga do tipo ‘Respire e faça o que for bom’. Nossas práticas de yoga podem ser o que quisermos que elas sejam, e não precisamos nos conformar com as regras sociais que recaem nela.
Qualquer prática de yoga é de fato uma prática. Nós aprendemos toda vez – seja percebendo algo sobre nossos pensamentos, encontrando nosso ritmo respiratório ideal ou sentindo uma postura. Basta estar atento.
Divirta-se e descubra o seu tipo de Yoga.