Quem tem ouvidos, ouça, quem tem olhos, veja!
Há um bom tempo não dava com o lápis por aqui...
Andei desanimada com o meio digital.
É irônico e paradoxal o quão cheio o meio digital ficou, mas ao mesmo tempo tão vazio.
Vivemos, talvez, o momento mais tecnológico que nós, nesta Era, pudemos presenciar ou ter conhecimento, e apesar do tal ‘livre acesso às muitas informações’, nunca o humano esteve tão distante de Ser.
Para ‘ser’, hoje necessita-se de conexão com a internet, necessita-se de um aparelho ‘smart’, necessita-se de likes e ‘seguidores’, como em um culto, porque ser simplesmente humano não basta. O indivíduo que se ‘arrisca’ a não usar redes sociais, mensagens instantâneas e que gosta de uma conversa presencial, praticamente ‘não existe’, não tem identidade.
Não aceitamos nossa natureza, e nos dizemos gratos. Gratos com o quê? Se a gratidão implica, em primeiro lugar, a aceitação de quem se É.
Não aceitamos nossa natureza e por isso queremos ser Deuses (ou máquinas, I.A).
Deuses em um mundo cuja religião é comandada pelo dinheiro, pelo poder e pela fama, onde faz melhor aquele que faz mais igual (ou aquele que é mais idiota, desculpa a sinceridade). As diferenças, a graça desta manifestação divina, deixou de ter beleza, porque o belo agora é padrão, o belo agora são os rótulos. Não me admira que tantos estejam com depressão, ansiedade, e tantas outras dores de alma. Afinal, estamos aqui para expressarmos quem somos, mas optamos por expressar rótulos.
Conexão completa e, concomitantemente, absoluta falta de conexão!
Barulho tecnológico contínuo: chats, áudios e vídeos quase ininterruptos, e capacidade de relacionar-se, consigo e com o outro, no mais precário nível.
Na arrogância da conquista racional e tecnológica, ainda não percebemos que a escolha pela matéria, poder, e conquistas ilusórias, vem enterrando a Humanidade.
Até quando?
Um abraço,
Luz!
Tārinī
