Você não acreditaria se eu te dissesse.
Yoga.
O que é Yoga? Recebo essa pergunta com frequência. Eu dou as respostas que acho que querem. Elxs nem sabem a pergunta, e como eu posso realmente responder? Podemos falar sobre os Sutras, os textos Védicos. A história, a linhagem. Ou podemos falar sobre as aparentemente, e talvez realmente, inacessíveis posturas. A interminável busca física pela indescritível invertida ou extensão de coluna para trás.
A mão que provavelmente nunca alcançará o pé naquela posição.
Podemos falar dos misteriosos pilares, os alicerces.
Cada um, aparentemente, mais fora do alcance.
Cada um tão complicado em sua simplicidade.
A vida simplesmente não pode ser tão simples.
Tem de ser dolorosa, e confusa.
Esse tipo de simplicidade não está em nossa natureza.
Pelo menos não agora.
Não neste estágio da nossa evolução.
Então, eu te convenço, pela palavra, ou talvez pela simples curiosidade.
Você vem.
Você finalmente vem até o tapetinho.
A linguagem é estranha.
A abertura é desconfortável.
Você quer correr dali.
Mas, em vez disso, você respira.
Porque te pedem que o faça, você respira de um jeito que pode ser, possivelmente, a primeira verdadeira respirada em muito tempo.
Ou realmente a primeira.
Você pode lutar com a respiração.
Pode abraçá-la.
De qualquer maneira, alguma coisa mudou.
Você começa o trabalho.
O verdadeiro e esgotante campo de treinamento que são os ásanas.
E você sua.
E você se retorce.
E você escuta coisas que são para te encorajar, supostamente, para te guiar e te mover.
Talvez você queira socar o professor. Com força.
Essa pessoa estranha que fala suavemente, muito focado e calmo.
Fica mais difícil, e mais difícil, e tem medo de que só vá ficando mais difícil.
Talvez você tenha pensado que eram só hippies sentados em volta de um monte ‘unicórnios’ e cantando para um elefante.
Talvez você tenha pensado que tudo era difícil.
Com esperança, você chega ao final da sua primeira aula.
De repente você está flutuando, nas nuvens.
Você retorna para um mundo que parece um pouco diferente.
Você não tem certeza do porquê.
Você admite que tem algo aí…
Dez minutos depois, você está de volta em você.
Talvez você volte para mais, talvez não…
Por agora.
Mas, se você voltar, tenho más notícias para você.
Você tem muitas, muitas, muitas, muitas, muitas horas de suor (talvez), talvez um pouco de dor (dor boa), desencorajamento, auto-ódio, limitações, tédio, inquietações. Você me entendeu. Mas não, não entendeu…
Você aparece pelos próximos anos, e com frequência, ou não, você não quer voltar.
Mas você volta.
Evetualmente, talvez, você finalmente começa a perceber.
Você pensa.
As posturas se tornam mais palpáveis e possíveis.
Há saltos gigantes para frente, e quedas sutis para trás.
A força e flexibilidade finalmente chegaram, e você está orgulhosx de você.
Você venceu o desafio, e lutou a boa luta.
Tudo compensou afinal!

Bobinhx!!!
Você é só um iniciante.
Droga!
Depois, o segredo começa a se revelar em pequenos vislumbres transitórios.
Os momentos Ah-ha começam a acontecer com um pouquinho mais de frequência.
E depois, com esperança, finalmente começa a aparecer em você.
Todo o esforço, e você percebe que nunca foi sobre tentar.
Era sobre deixar ir, desapegar…
Como você deixa ir, como desapega?
Não tenho a menor ideia. (rs)
Mas acontece, e você o faz.
Devagar, e não tudo de uma vez, mas com esperança, eventualmente você percebe, finalmente.
Yoga realmente era, não a respiração, mas a quietude entre as respirações.
Aquele lugar mágico onde o tempo permanece quieto, sem ondas, imóvel.
Onde o mundo permanece quieto, todo o resto nunca importou, por um minuto.
Mesmo este breves segundos, e talvez minutos, foi onde toda a cura aconteceu.
Onde todo o crescimento aconteceu.
Tudo o que tinha que fazer durante o percurso era parar de tentar.
Simplesmente aquietar.
Droga..
Eu queria te dizer no início.. mas você nunca acreditaria em mim.

(Porque é simples, mas longe de ser fácil...) ;-b
Beijinhos de Luz!